sábado, 26 de fevereiro de 2011

Bodas de Sangue

No próximo dia 10 de abril completarei meio século de existência neste planeta.
A comemorar?
Acho que a própria existência em si, pois ser um sobrevivente não é fácil não, meu irmão.
Quanta gente ficou para trás! Quantos amigos que, jovens, foram embora cedo demais...
Ter sorte é isto: envelhecer e ver, uma a uma, as pessoas que se ama irem embora antes de nós.
E de repente, com esta sorte em mãos, a gente descobre diante do espelho que fomos abençoados por ainda estarmos aqui, assistindo ao próprio envelhecimento, resistindo e encontrando motivos para sorrir.
Hoje, por abstrações que não sei explicar, me lembrei de uma música de Aldir Blanc, que escutei pela primeira vez em 1995. 
O video e a letra seguem abaixo.
Abraços.


Eu vim aqui prestar contas
De poucos acertos
De erros sem fim
Eu tropecei tanto as tontas
Que acabei chegando no fundo de mim
O filme da vida não quer despedida
E me indica: ache a saída
E pede socorro onde a lua
Que encanta o alto do morro
Que gane que nem cachorro
Correndo atrás do momento que foi vivido
Venha de onde vier
Ninguém lembra porque quer
Eu beijo na boca de hoje
As lágrimas de outra mulher
Cinquenta anos são bodas de sangue
Casei com a inconstância e o prazer
Perdôo a todos, não peço desculpas
Foi isso que eu quis viver
Acolho o futuro de braços abertos
Citando Cartola:
- Eu fiz o que pude
Aos cinquenta anos
Insisto na juventude

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